Saúde
Cuidar das articulações garante vitalidade
Especialista em cirurgia do ombro e cotovelos orienta como prevenir problemas nessas articulações
Rafael Teixeira Pinto, ortopedista CRM PR 35059
Dentre todas as articulações, o ombro é a que apresenta maior amplitude de movimento, mas essa enorme capacidade pode levar a patologias nesse membro. Segundo o ortopedista Rafael Teixeira Pinto, problemas no ombro estão entre as queixas mais frequentes no consultório e atingem todas as idades. “Entre os pacientes mais jovens, estão principalmente atletas que estão expostos a movimentos repetitivos e de impacto nessa articulação. Em relaçãoaos adultos, são comuns inflamações relacionadas a movimentos de trabalho repetitivos.
Entre os pacientes mais idosos, são comuns dores e inflamações por conta da degeneração. Já as lesões por trauma atingem qualquer idade, sendo causadas principalmente por quedas e acidentes de trânsito”, esclarece. Rafael é especialista em Ortopedia e Traumatologia e em Cirurgia do Ombro e Cotovelo pela Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) e, desde outubro do ano passado, integra o corpo clínico da ClínicaCinagawa - Centro de CirurgiasOrtopédicas, em Londrina.
Entre os problemas mais comuns que atingem os ombros, o especialista destaca a Síndrome do Manguito Rotador, que consiste na inflamação ou até mesmo rompimento dos principais tendões do ombro; e a Tendinite Calcária, que é a calcificação do tendão. “Em geral, o esforço repetitivo relacionado a trabalhos manuais pode gerar a inflamação do ombro”, acrescenta. Segundo o médico, o esforço repetitivo é também uma das principais causas dos problemas que atingem os cotovelos, dentre elesa Epicondilite.
- Diagnóstico:
Mesmo com todo o avanço tecnológico em métodos diagnósticos, a conversa entre médico e paciente e o exame físico continuam sendo indispensáveis na hora de diagnosticar lesões e outros problemas nos ombros e cotovelos. “A ressonância magnética é o que há hoje de mais moderno nessa área, pois permite a visualização de todas as estruturas do corpo e é menos invasiva que os antigos métodos”, acrescenta Rafael. - Tratamentos:
Na maioria dos casos, segundo o ortopedista, é possível tratar os problemas de ombro e cotovelo sem intervenção cirúrgica, com o uso de medicações anti-inflamatórias e analgésicas e através da fisioterapia, um parceiro importante da ortopedia.
No entanto, o médico lembra que nada disso será efetivo se não houver comprometimento do paciente em mudar hábitos que prejudicam o tratamento, como o sedentarismo ou mesmo o oposto: excesso de atividade física sem preparo ou orientação adequados. “Quando o problema é causado por movimentos de trabalho repetitivos, também é preciso haver mudanças no cotidiano”, lembra.
Além disso, infiltrações intra-articulares de medicamentos também podem ser indicadas. “Quando nenhum desses métodos funciona ou em casos de lesões traumáticas agudas, a indicação é de cirurgia,”Entre as técnicas cirúrgicas mais modernas utilizadas atualmente para tratar lesões de ombro e cotovelo, o profissional destaca a artroscopia, procedimento que permite ao médico olhar para o interior de uma articulação através de uma câmera inserida na mesma, que dá maior precisão ao profissional para reparar lesões de tendão, ósseas, inflamações e desgastes. “Quando bem indicado, esse procedimento traz ótimos resultados”, afirma o médico, que ressalta que a indicação cirúrgica é dada apenas em último caso. - Reabilitação:
Depois da cirurgia, é necessário manter o membro imobilizado durante algumas semanas, para a cicatrização. Nessa fase, segundo o especialista, a fisioterapia é indispensável para recuperar a musculatura perdida ao longo do processo, devolver às articulações os movimentos que estavam inativos e até mesmo ajudar a eliminar a inflamação.
“É preciso avaliar caso a caso. Existemlesões reparáveis e outras irreparáveis, como lesões antigas em que o músculo já está atrofiado. No último caso, mesmo com tratamento cirúrgico, a chance de melhora é pequena. Nesses casos, fazemos tratamento paliativo para alívio da dor.” - Prevenção:
Proteger as articulações, desde a idade jovem, é muito importante para chegar à idade adulta com vitalidade e qualidade de vida. O primeiro passo, segundo Rafael, é o cuidado em relação aos hábitos de vida e ao esforço repetitivo. “
Manter as articulações e a musculatura de todo o corpo em movimento é a melhor forma de deixar o corpo preparado para evitar lesões futuras. Atividades físicas como hidroginástica, pilates, yoga, aula de dança, entre outras, podem ajudar.”Já para quem é fã das atividades de alto impacto, como corrida, a dica é não abrir mão da orientação especializada com educador físico.
Rafael Teixeira Pinto, ortopedista CRM PR 35059